sábado, 7 de dezembro de 2013

Pesquisa mostra que brasileiro procura pouco a polícia

Dois em cada dez brasileiros que moram em cidades com mais de 15 mil habitantes e foram vítimas de crimes e ofensas como agressões, discriminação e furtos, nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa, procuraram a polícia para registrar a ocorrência.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada na quinta-feira (5) pelo Ministério da Justiça, as mais baixas taxas de notificação são registradas no Nordeste (15,8%), especialmente na Paraíba (11%), Bahia (13,7%), no Rio Grande do Norte (14,2%) e em Pernambuco (14,6%). Entre as capitais, João Pessoa (PB) tem a taxa mais baixa (8,5), seguida por Salvador (12,2%) e Natal (15,1%).
Para a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, essa realidade está associada a dois fatores: oferta insuficiente de serviços de segurança pública e falta de confiança na polícia. De acordo com o levantamento, aproximadamente 80% dos entrevistados disseram confiar pouco ou não confiar nas polícias Militar e Civil. Segundo o estudo, 18% confiam muito na Polícia Militar e 16,6% na Civil.
"A subnotificação se apresenta onde há maior deficiência de serviços, técnicos e postos à disposição da população. Quando estados oferecem a facilidade para fazer a ocorrência pela internet, a subnotificação diminui. Na outra ponta, há lugares, como no Amazonas, em que se levam quatro horas de barco para registrar uma ocorrência. Além disso, há municípios onde faltam delegacias e Polícia Judiciária. Tudo isso, aliado à desconfiança nas polícias, mostra ao governo federal que há necessidade de oferecer tecnologia e capacitação em determinadas regiões, inclusive na fronteira", explica Regina Miki.
A secretária disse que a pesquisa buscou resposta para 12 tipos de crimes e ofensas contemplados no estudo agressões, ameaças, discriminação; roubo e furto de objetos, de carros e de motos; fraudes, acidentes de trânsito, ofensa sexual e sequestro-relâmpago.
Roubo de carros apresentou maior taxa de notificação (90%), seguido por roubo de moto (80,7%). Os casos em que as vítimas procuram menos a polícia são discriminação (2,1%), ofensa sexual (7,5%), fraudes (11,6%) e agressões (17,2%).
O estudo aponta distinção no comportamento dos envolvidos segundo as variáveis socioeconômicas e demográficas. A taxa de notificação dos crimes é maior entre as vítimas que compõem a classe A (22,9%) e têm nível superior (24,2%). (Fonte: Agência Brasil)

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