sexta-feira, 17 de maio de 2013

Parque Zoobotânico Vale concentra diversidade da floresta amazônica

Ocupando 30 hectares da Floresta Nacional de Carajás (Flona), no município de Parauapebas, o Parque Zoobotânico Vale (PZV) é composto por 70% de floresta nativa, o que possibilita um ambiente rico de pesquisa para a equipe de botânica do parque. Periodicamente, técnicos coletam amostras das espécies nativas da região para desenvolver todo o trabalho de catalogação das informações sobre a flora amazônica.
O levantamento identifica e armazena tanto exemplares de plantas de grande porte quanto as menores, que têm efeitos medicinais; além de ervas daninhas e cipós. "Fazemos parte da Rede Brasileira de Herbários e contribuímos com os estudos nacionais, compartilhando os resultados das nossas pesquisas", explica Lourival Tyski, curador do Herbário de Carajás, localizado no PZV, em Carajás.
O trabalho de coleta possibilita a descoberta de novas espécies que trazem informações importantes sobre sua ocorrência e comportamento na região. "Graças a esse trabalho e ao apoio de alguns botânicos renomados, nos últimos três anos foi possível identificar mais de dez novas ocorrências de plantas para o Estado do Pará e uma nova ocorrência para o Brasil", relata Lourival Tyski.
Atualmente, o Herbário de Carajás tem cerca de 2.800 amostras que estão em constante processo de atualização de nomenclatura. Para a diretora de Meio Ambiente da Vale, Gleuza Jesué, os resultados das pesquisas beneficiam as atuais gerações e deixarão um legado para as próximas. "As atividades estão focadas no conhecimento da biodiversidade da Floresta Amazônica e no intercâmbio de informações. Com isso, buscamos melhorar constantemente os procedimentos aplicados à conservação e uso sustentável da biodiversidade na região", reforça Jesué Gleuza. "Dessa forma, podemos contribuir tecnicamente com instituições de ensino e pesquisa, órgãos públicos, além de outras áreas da Vale, ajudando a construir um legado ambiental", conclui a diretora.
Relação com a floresta
O trabalho de identificação de espécies botânicas é feito por profissionais dedicados e apaixonados. É o caso de Delmo Fonseca, de 55 anos, que começou sua relação com a floresta há mais de 30 anos. O contato com a natureza e os conhecimentos adquiridos nos trabalhos, junto a pesquisadores, fez dele um parabotânico, ou seja, um identificador que une conhecimento popular e científico sobre diversos grupos de plantas, profissão atualmente considerada rara no Brasil.
"Tudo o que sei aprendi com profissionais que hoje estão se aposentado e, infelizmente, hoje os jovens não estão interessados em ingressar nesta carreira", afirma Delmo Fonseca. "A Amazônia ainda tem muito a ser estudada e o número de botânicos é pequeno, de parabotânicos menor ainda", avalia.
Delmo é um dos profissionais que trabalham com Lourival Tyski catalogando a biodiversidade amazônica. "Trabalhamos juntos há sete anos e foi com ele que aprendi a identificar a maioria das plantas amazônicas que conheço. Por outro lado, foi comigo que ele aprendeu a usar a informática. Hoje ele se mantém atualizado, realizando pesquisas, inclusive em sites de outros países", revela Lourival Tyski.
Para Delmo, a cada trabalho é possível aprofundar os conhecimentos sobre a Amazônia e, com isso, colaborar com as pesquisas em desenvolvimento. "Estou nesta área há mais de 30 anos e a natureza ainda me ensina muito. A troca de conhecimento com pesquisadores do mundo inteiro é muito importante e enriquecedora para nós, como profissionais, e para a ciência", conclui o parabotânico. (Assessoria de Imprensa da Vale)

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