terça-feira, 7 de maio de 2013

Jubileu de Prata de Parauapebas: descoberta das minas de Carajás

A história de Parauapebas começa a partir da descoberta de jazidas de minério de ferro na Serra dos Carajás – um conjunto de três cadeias de montanhas (Serra Norte, Serra Sul e Serra Leste), na época, localizada no município de Marabá, por uma empresa americana, a US Steel Co., por meio da subsidiária canadense Cia. Meridional de Mineração, dentro de um programa denominado BEP (Brazilian Exploration Program), que em 1967 detectou jazidas de hematita e manganês em Carajás.
De acordo com José Francisco de Brito, conhecido por “Chico Brito”, primeiro administrador da então vila de Parauapebas, hoje secretário municipal de Cultura, em 1970 o governo federal criou a empresa Amza (Amazônia Mineração S/A) para assumir a concessão de pesquisa e lavra na Serra, transferindo para essa estatal as concessões que antes pertenciam à US Steel/Meridional.
No final da década de 70, o governo federal determinou à então Cia. Vale do Rio Doce (hoje Vale S/A), uma empresa também estatal fundada em Itabira (MG) em 1946, que adquiriu os 49% da Amza e, em 1977, os restantes 51% que pertenciam ao BNDES. Em 1978, a Vale do Rio Doce assumiu o controle das ações, saneou a empresa e planejou a exploração das minas, a partir da Serra Norte.
A implantação da mina e da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e o financiamento por bancos estrangeiros, com contratos de longo prazo, levaram a empresa e o governo federal a criar, em 1980, o Programa Grande Carajás (PGC), presidido por Nestor Jost, com o propósito de integrar todas as ações na região. As ações do projeto estavam sujeitas ao Senado Federal.
O PGC estabeleceu que a exploração da mina deveria contemplar o assentamento de agricultores na região do entorno das minas, para produzir alimentos que ali se consumiriam, e a construção de uma cidade dentro dos padrões civilizados, com água e esgotos tratados, energia elétrica, hospital, escolas etc., onde se acomodariam aqueles que forçosamente seriam atraídos pela mineração mas não seriam absorvidos diretamente por ela. Em 1982, a Vale adquiriu terras do fazendeiro Lair Guerra Toledo e iniciou o desmatamento para a construção do núcleo urbano de Parauapebas.
Estabeleceu-se ainda que no mínimo 70% da mão de obra empregada pelas empresas que operavam na região teriam de ser formados por paraenses e maranhenses, não só na Vale, mas também nas terceirizadas, que quando não cumpriam essa exigência, também não recebiam da Vale suas faturas. Ao mesmo tempo, o governo federal entregou a implantação do assentamento agrícola ao Grupo Executivo das Terras do Araguia Tocantins (Getat), coordenado pelo então coronel Antônio Lisboa.
No final de 1982, as obras do núcleo urbano de Parauapebas já estavam em andamento. A Vale incumbiu o administrador da coordenação de obras de Marabá, “Chico Brito”, para supervisionar o andamento das construções do projeto. No mês de março de 1983, após levado seu nome ao então presidente da República, general João Batista Figueiredo, “Chico Brito” foi nomeado, juntamente com o prefeito de Marabá (que era Área de Segurança Nacional), como administrador regional de Parauapebas, com a responsabilidade de dar início à implantação da cidade.
Ainda em 1983, o administrador da vila inaugurou o prédio da subprefeitura (onde atualmente funciona a Secretaria de Assistência Social-Semas), a delegacia de polícia e a cadeia (que funcionaram ao lado da atual Semas, até serem queimadas por garimpeiros), o hospital público, atual hospital municipal, e iniciou a distribuição de lotes para quem quisesse se estabelecer na localidade. Em seguida, Chico Brito inaugurou a escola General Euclydes Figueiredo, já com cursos de 1º e 2º graus.
No dia 28 de fevereiro de 1985, o presidente João Figueiredo inaugurou a ferrovia e a Vale iniciou a exportação do minério de Carajás. O trem de passageiros só viria a ser inaugurado um ano depois.
Confira as fotos aqui

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