domingo, 4 de novembro de 2012

Valmir Mariano pensa em planejar Parauapebas para 20 anos

Formado em engenharia civil, mas sempre atuando na área de mecânica industrial, o empresário Valmir Queiroz Mariano (PSD), conhecido por “Valmir da Integral”, 64 anos, natural de Uberaba (MG) e criado no interior de São Paulo, prefeito eleito de Parauapebas com 49.080 votos, contra 29.090 do segundo colocado (José Coutinho, do PT), revela em entrevista que ele pretende, no mandato de quatro anos, planejar o município para daqui a 20 anos.

Nesta entrevista, o prefeito eleito fala um pouco de sua vida, da campanha eleitoral, comissão transitória, perfil do futuro secretariado e das prioridades que vai tomar, tão logo assuma o comando da administração do município, a partir de 1º de janeiro de 2013. Acompanhe.

Em 1985, “Valmir da Integral” (que agora prefere ser tratado por Valmir Mariano) deixou São Paulo em direção a São Luís (MA), onde permaneceu até 1989, trabalhando na empresa Zanini na implantação do Projeto Grande Carajás, no município de Parauapebas.

Em 1990, deixou o Maranhão, veio para Parauapebas e fundou a empresa Integral, onde permanece até hoje, fazendo parte, inclusive, do crescimento da cidade. Nestes 22 anos em Parauapebas, o empresário diz vir contribuindo com trabalho político-social, como geração de emprego e trabalho com crianças e idosos. “Por isso, sempre digo que minha campanha não foi feita em apenas três meses, mas ao longo dos últimos 20 anos”.

Ele conta que no pleito passado concorreu ao cargo de deputado estadual e obteve quase 13 mil votos nas urnas, só em Parauapebas, “e isso me motivou a concorrer este ano a prefeito desta cidade, saindo, desta vez, vitorioso”.

Indagado sobre a composição da comissão de transição, o prefeito eleito enfatiza que em Parauapebas nunca houve transição de governo de um prefeito para outro, seja de Faisal Salmen para Chico das Cortinas (1992), deste para Bel Mesquita (1996) e desta para Darci Lermen (2004). “Tão logo fui eleito prefeito, formei uma comissão transitória, composta por técnicos, e a apresentei ao atual prefeito Darci Lermen, que se mostrou disposto a colocar à disposição desta comissão o andamento da máquina pública”, explica Valmir.

Perguntado se os membros da comissão já começariam a trabalhar como futuros secretários, o prefeito eleito respondeu que alguns deles possam vir a fazer parte da administração, mas nada disto está fechado. Ele acrescenta que os secretários dele terão que ter perfil que englobe técnica a política. “Os compromissos de campanha serão todos cumpridos com os partidos, mas não posso nomear um comerciante para assumir a Saúde e nem também nomear um secretário de Obras que não tenha conhecimento de arquitetura, engenharia civil ou gestão em obras. Temos até 31 de dezembro para definir esses nomes”.

Segundo explicou Valmir Mariano, tão logo ele foi eleito, no dia 9 esteve reunido com a alta direção da mineradora Vale, com quem traçou metas visando o desenvolvimento do município de Parauapebas. No dia seguinte, foi recebido pelo governador Simão Jatene e seu secretariado, quando também discutiu pleitos em benefício do povo de Parauapebas. Ainda nestas andanças, reuniu com os prefeitos eleitos de Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás e Marabá, com o objetivo de formarem um grande grupo, tanto do ponto de vista político como de desenvolvimento da região.

Com relação ao fato de Valmir ter sido eleito apenas cinco dos 15 vereadores para a Câmara Municipal, ele assegura que já está conversando com outros vereadores eleitos, no sentido de formar um grupo de oito edis para dar sustentação política ao governo municipal. “Caso a gente não consiga negociar com mais três vereadores, e os demais formarem uma oposição, é bom que ela exista, mas com responsabilidade”.

Valmir Mariano explica que o plano de governo dele a ser desenvolvido a partir de janeiro tem metas de curto, médio e longo prazos, para 20 anos. A priori, ele planeja trabalhar com três prioridades emergenciais, que são água, trânsito e saúde.

Sobre a água, ele revela que hoje esse serviço essencial só atende a 45% da população, e por isso o governo dele tem a obrigação de criar mais estações de coleta, tratamento e distribuição de água, e cavar poços artesianos para atender a bairros de pouca população.

Na saúde, promete analisar profundamente a situação do novo hospital municipal que há anos vem sendo construído na cidade, para decidir sobre sua destinação, e ampliar o quadro de postos de saúde nos bairros e em vilas, descentralizando o sistema de saúde, com funcionamento 24 horas por dia.

Com relação ao trânsito, que Valmir considera também caótico, diz que vai conversar com os dirigentes das cooperativas que exploram o serviço de transporte público de passageiros e exigir melhorias na execução do serviço, com apresentação de micro-ônibus para o usuário. “Caso as cooperativas não deem conta do serviço, vamos abrir licitação para empresas especializadas executar o transporte de passageiros”.

Para o setor de habitação, o prefeito eleito assegura construir entre cinco e seis mil casas populares durante quatro anos e desapropriar áreas para a entrega de lotes urbanos, com recursos dos governos estadual e federal.

Sobre o distrito industrial de Parauapebas, Valmir Mariano confessa que ele foi um dos principais empresários que lutaram para a criação do distrito no município, desde 1994. “Vejo o distrito como uma grande necessidade para fortalecer economicamente Parauapebas e região, com o município proporcionando incentivos que possam atrair empresas e indústrias para o local”.

Com a Vale, ele disse que sempre teve um bom relacionamento com a mineradora nestes 26 anos em que presta serviço para ela, entre estes, 22 anos em Parauapebas. “Nosso governo pretende fazer várias parcerias com a mineradora em benefício de nossos munícipes, como planejamento a longo prazo do desenvolvimento do município e também nas áreas social e educacional. Já tivemos a primeira reunião”.

Com relação à oposição sofrida durante a campanha, inclusive de profissionais de imprensa e veículos de comunicação, ele disse considerar isso como um processo democrático, “mas peço a meus opositores que façam crítica construtiva, democrática, e não depreciando as pessoas, como ocorreu comigo durante a campanha. Não entrei no jogo deles, e o resultado está aí”, finaliza.

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