quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Entidade lança manifesto em defesa de moradores de Serra Pelada

Ronaldo Modesto
Dizendo-se ainda indignados com o que consideram como “ato de truculência” promovido pela Polícia Militar, por ocasião da desobstrução da estrada de acesso à vila de Serra Pelada, ocorrida no último dia 18, diretores da Associação de Assistência e Defesa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Adegasp) lançaram nesta semana um manifesto com o objetivo de coletar assinatura da comunidade num abaixo-assinado para ser entregue às autoridades constituídas.

No documento de coleta de assinaturas, cuja cópia foi entregue à reportagem por José Filho, vice-presidente da Adegasp, consta solicitação de asfaltamento dos 35 quilômetros da estrada de chão que liga o distrito de Serra Pelada à rodovia PA 275, assistência na educação, saúde, saneamento básico, transporte público, segurança e comunicação.

A comunidade reclama no abaixo-assinado que muitos moradores da vila já foram vítimas de prisões que ela considera como arbitrárias, entre estes menores de idade, por parte da polícia; tiveram barracões e casas demolidos no Bairro Morumbi pela empresa responsável pelo projeto de ferro Serra Leste, sem que as autoridades tomassem alguma providência em defesa dos menos favorecidos.

Num trecho do documento, os moradores dizem que “a comunidade está impedida de cobrar seus direitos, e se insistir as pessoas são presas e massacradas pela polícia, Poder Executivo municipal e Judiciário, e agora só nos resta apelar para o Ministério Público Estadual”.

Os moradores da vila denunciam que dia desses, por ocasião da morte de Raimundo Rufino, a comunidade foi obrigada a fazer uma coleta em dinheiro para fretar um carro e levar o corpo da vítima para Curionópolis, por falta de ambulância.

O corpo do abaixo-assinado consta também que as constantes explosões de minas com dinamites provocadas pelas empresas vêm prejudicando a saúde das famílias que moram nas proximidades, com o barulho ensurdecedor, poeira e outros males provocados.

Por último, as subscrições fazem um apelo ao governador do Estado, no sentido de intervir junto aos órgãos competentes para a solução dos diversos problemas relacionados pela comunidade.

Em declarações prestadas à reportagem, o vice-presidente da Adegasp, José Filho, reforça que a comunidade já vem fazendo vários apelos às autoridades em busca de benefício para a vila, mas seus pleitos nunca foram atendidos, e agora recorrem a abaixo-assinado, para ser entregue ao Ministério Público, ao governador do Estado e a outras autoridades. (Ronaldo Modesto/Waldyr Silva)

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