sábado, 21 de abril de 2012

MST desocupa instalações da Prefeitura de Curionópolis

Fotos: Waldyr Silva

Depois de dois dias (quarta e quinta-feira) de ocupação das instalações da Prefeitura de Curionópolis, finalmente as cerca de 600 pessoas integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deixaram o local na noite de quinta para esta sexta-feira (20).

A desocupação do setor público só foi possível depois que o prefeito Chamonzinho Neto prometeu ceder três professores do município para lecionar num escola improvisada instalada no acampamento “Frei Henry”, localizado às margens da rodovia PA 275, a 15 quilômetros do centro de Curionópolis e 20 de Parauapebas.

No primeiro dia de ocupação, quarta-feira (18), servidores públicos da prefeitura e famílias de trabalhadores de sem-terra se misturavam na área externa do pátio do prédio do Poder Executivo, mas no dia seguinte, quinta-feira (19), a liderança do movimento exigiu que os funcionários trancassem todas as salas da repartição pública e se evacuassem das instalações do prédio, deixando a preservação do patrimônio público sob a responsabilidade do MST.

Durante todo o dia de quinta-feira, sem funcionários públicos, o controle de entrada e saída de pessoas no portão de acesso à prefeitura foi feito pela coordenação do movimento, que colocou um homem, armado de pedaço de pau, na sala de recepção que dá acesso às demais salas da prefeitura...

REIVINDICAÇÃO
A pauta de reivindicação dos trabalhadores sem-terra junto à prefeitura constava de construção de uma escola no acampamento “Frei Henry”, transporte escolar pata alunos da EJA (Educação para Jovens e Adultos) e do ensino médio que deveriam estudar em Curionópolis ou pelo menos aquisição de professores para lecionar numa escola improvisada para cerca de 150 crianças no próprio acampamento.

Na justificativa do prefeito Chamonzinho Neto, ele não poderia atender às revindicações do MST, porque os sem-terra estavam acampados em propriedade particular, cujos proprietários da terra estariam com ação na Justiça com pedido de reintegração de posse.

Para amenizar o conflito e fazer com que as atividades na prefeitura voltassem à normalidade, o gestor municipal confirmou por telefone ontem por volta de meio-dia para a reportagem em Parauapebas que havia prometido aos manifestantes a cessão de três professores da rede municipal de ensino para ministrar aula no acampamento “Frei Henry”.

A escola provisória construída pelos colonos no acampamento consta de três blocos com paredes construídas com barro e madeira (parede de taipa) e teto coberto de palha de palmeira, sendo três salas num dos blocos, duas em outro e mais duas no terceiro bloco, cuja obra se encontra em fase de conclusão.

Em declarações à reportagem, o comandante do 23º BPM de Parauapebas, ten-cel. Roberto Coracy, informou que durante os dois dias de ocupação da prefeitura a Polícia Militar esteve monitorando a movimento dos manifestantes, na expectativa de agir em caso de alguma anormalidade em terno de danificação de patrimônio público ou mesmo violência física.

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