quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Garota desaparecida é encontrada sem cabeça, braço e pé

Fotos: Ronaldo Modesto


Desaparecida desde a manhã da última sexta-feira (10), quando saiu de casa em direção à escola onde estudava, a adolescente Thaís Santos Feitosa, 12 anos de idade, foi encontrada morta num loteamento em Parauapebas com o corpo sem cabeça e sem o braço e pé direitos.

O achado macabro ocorreu no final da tarde da última segunda-feira (13), mas o corpo só foi resgatado por volta das 14h10 de terça-feira (14) por peritos do Instituto de Medicina Legal (IML), que saíram de Marabá e foram até Parauapebas para fazer o resgate.

No período das 7 às 14 horas foi grande a movimentação de pessoas curiosas acompanhando o trabalho da polícia no local onde o corpo foi encontrado, num terreno cheio de mato do loteamento Paraíso, localizado nas proximidades do viaduto sobre a rodovia PA 275.

O caso exigiu a presença do delegado Alberto Teixeira, superintendente regional de Polícia Civil, que se deslocou de Marabá para Parauapebas com o objetivo de acompanhar o resgate dos restos mortais da menina e iniciar a investigação para elucidar o brutal assassinato.

O cadáver de Thaís Feitosa foi encontrado no final da tarde de segunda-feira (13) por Orisvaldo Luis dos Anjos, no momento em que o mesmo estava inspecionando uns lotes de sua propriedade. Ele conta ao jornal que tão logo avistou o cadáver, por volta das 18 horas, entrou em contato com o Disque Denúncia, mas a atendente teria entendido que se tratava de trote, e não deu atenção à denúncia. Na terça-feira pela manhã, ele disse ter comunicado o fato à Polícia Civil.

A coordenação do Disque Denúncia assegura que não recebeu nenhuma ligação na segunda-feira informando sobre o achado do corpo da menina, e que o comunicado só foi feito às 8h10 da manhã de terça-feira. Orisvaldo Luis foi ouvido pela polícia e posteriormente liberado.

O corpo da moça foi encontrado em adiantado estado de decomposição com o ventre voltado para cima, sem blusa, vestida com calça jeans, a perna direita esticada, sem o pé, e a perna esquerda ligeiramente inclinada para trás, sem a cabeça e o braço direito.

Nos membros superiores e inferiores esquerdos havia algumas fitas de material plástico e de tecidos. Próximo do corpo a polícia localizou embalagens de preservativo masculino (camisinha), uma arcada dentária, cabelos e costelas. O crânio, que se encontrava sem o couro cabeludo, foi localizado a cerca de vinte metros do cadáver. O braço e o pé da menina foram encontrados também nas proximidades do corpo. Todo este material foi recolhido para ser periciado pelo IML, em Marabá.

No período das 8 às 14 horas de terça-feira (13) a área onde o cadáver da vítima foi encontrado foi isolada pela polícia, até os peritos do IML chegarem de Marabá e procederem ao recolhimento de todo material capturado no local.

O trabalho de vasculhamento da área contou com apoio das polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, além de peritos da Polícia Científica. Uma equipe de policiais civis de Belém chegou a Parauapebas ontem (quarta-feira) para investigar o caso.

MAGIA NEGRA?
Ouvido pela reportagem, o delegado Alberto Teixeira, superintendente regional de Polícia Civil, com sede em Marabá, declarou que, mesmo diante das circunstâncias em que o corpo foi encontrado, sem cabeça, braço e pé, a polícia ainda não podia afirmar que a adolescente teria sido vítima de ritual de magia negra.

Segundo o delegado, pode haver também a possibilidade de o ou os assassinos terem decapitado a moça para dificultar a identificação e a investigação do caso. “Não podemos ainda precisar se as partes do corpo foram colocadas distante do corpo ou mesmo se elas foram descoladas por animais como cachorro ou urubus. Só a perícia técnico-científica vai nos dar minuciosamente estas respostas, num prazo máximo de 30 dias”, explicou Alberto Teixeira, acrescentando que até o momento não há nenhuma pessoa suspeita de ter praticado o crime.

AJUDA DE BELÉM
Na manhã desta quarta-feira (15), chegou a Parauapebas, oriundo de Belém, o delegado geral adjunto Rilmar Firmino de Souza, para conduzir as investigações do assassinato de Thaís Feitosa. À reportagem, o delegado declarou que está tomando ciência de todas as circunstâncias como o crime ocorreu, para então definir as linhas de investigações para esclarecer os fatos e colocar atrás das grades o culpado ou os culpados deste bárbaro crime que chocou a população da região.

Rilmar de Souza informa ainda que estão envolvidos nas investigações policiais da Delegacia de Repressão do Crime Organizado (DRCO), Delegacia de Divisão de Homicídios e Núcleo de Inteligência Policial, além dos policiais de Parauapebas. “Por enquanto, não temos nenhuma pessoa suspeita do crime”, informa.


Familiares e amigos lamentam morte violenta de Thaís
No momento em que a polícia local aguardava a chegada de peritos do IML, a reportagem ouviu algumas pessoas que se encontravam no local. Antonio dos Santos Leite, tio de Thaís, disse que desde que a sobrinha dele desapareceu, na sexta-feira (10), todos os membros da família e amigos mais próximos estavam incansavelmente à procura de algum sinal da moça.

“Recebemos vários trotes de pessoas maldosas dizendo que o corpo de minha sobrinha havia sido encontrado. Mas só na manhã de hoje (terça-feira) fomos avisados pela polícia que o corpo de Thaís havia sido encontrado. Vim ao local e reconheci o corpo como sendo de minha sobrinha, pela sandália que ela estava calçada quando saiu de casa para escola”, conta o tio da vítima, bastante emocionando.

Segundo ainda Antonio dos Santos, Thaís Feitosa era uma menina de 12 anos de idade que agora que estava se formando como moça, não tinha namorado e se os familiares falassem que ela estava namorando ela ficava zangada. Thaís participava das atividades da Igreja Adventista, onde atuava no grupo de desbravadores.

Lara Maria Duarte, prima de Thaís, frisou que a prima não merecia isto, pois era uma menina muito boa com as pessoas de sua convivência. “Aconselho às minhas amigas e colegas que não andem sozinhas e não conversem com pessoas desconhecidas”, orienta Lara Maria.

Para Márcia Quaresma, professora, adventista e amiga da família, Thaís era uma menina muito carinhosa com todo mundo de seu círculo de amizade. “Ela sempre mandava bilhetinho dizendo que amava a gente e que nos finais de semana sentia falta de nós. Na igreja, ela desempenhava um papel muito bonito no Clube dos Desbravadores, um importante programa que nós adventistas desenvolvemos em Parauapebas”, descreve a amiga.

Márcia Quaresma adiciona que uma das coisas que Thaís mais gostava era vestir o uniforme da igreja. “Com todas estas qualidades, como pode uma pessoa desta ter uma morte tão violenta. A dor que os familiares dela estão sentindo agora é muito profunda. Desde que a Thaís desapareceu, na sexta-feira, a mãe dela passou mal e até hoje (terça-feira) se encontra internada. Agora, imagine a dor que ela vai ter quando souber que a filha foi encontrada morta nestas condições”.

Ivanildo Braga da Silva, membro do Conselho Tutelar de Parauapebas, informa que o órgão vem participando dos patrulhões realizados pelas polícias Civil e Militar nos finais de semana, em casas noturnas e bares da cidade. Nestas operações, vários adolescentes já foram flagrados ingerindo bebida alcoólica e desacompanhados dos pais ou responsáveis.

O conselheiro alerta aos pais de famílias que não deixem seus filhos menores de idade sair sozinhos à noite, principalmente para boates ou danceterias da cidade. “Quanto aos jovens, é importante que eles não batam papo com pessoas desconhecidas, não aceitem caronas, não ingiram bebida alcoólica e não saiam sozinhos”, orienta Ivanildo Braga, lembrando que outro problema que preocupa muito os conselheiros é a formação de amizade dos jovens por meio da internet. “É preciso que os pais monitorem, de certa distância, o bate-papo dos filhos nas redes sociais”, avisa o conselheiro, colocando o telefone do Conselho Tutelar, 3356-2150, à disposição da população.


Adolescente desapareceu a caminho da escola
Thaís Santos Feitosa saiu de casa, no Bairro Liberdade, por volta das 10h30 em direção à escola Cecília Meireles, no Bairro União. A família da moça, à frente o pai Manoel Alves Feitosa, ficou desesperada à procura da filha, sem obter nenhuma informação a respeito de seu paradeiro.

Na tarde de segunda-feira (13), um grupo de familiares, colegas de escola onde Thais estudava e da igreja evangélica que a jovem pertencia fez uma manifestação na portaria de acesso a Carajás, impedindo a passagem de veículos para os dois sentidos durante uma hora e meia, no intuito de chamar a atenção da sociedade local.

O pai da garota desaparecida assegura que desconhecia o ato público realizado na frente da portaria, impedindo o tráfego de veículos no local, e que só veio tomar conhecimento da manifestação minutos depois que a mesma havia encerrado.

Olete Alves Feitosa, tia de Thais, conta que a menina saiu da casa dos pais, localizada na Rua Santa Catarina nº 32, Bairro Liberdade, por volta das 10h30 da última sexta-feira (10), com destino à escola onde ela estudava, e não deu mais notícia.

“A partir das 3 horas da tarde de sexta-feira, o desespero tomou conta de todos nós, que passamos a ligar para a casa de outros parentes, para colegas de aula de Thais, para amigos da Igreja Adventista e pessoas conhecidas, mas ninguém dava informação sobre o paradeiro de minha sobrinha”, lamenta Olete Feitosa.

Ela lembra que o celular de Thaís foi acionado por várias vezes pelos familiares, mas as ligações não eram atendidas. A partir de 1 hora da manhã de sábado, as ligações davam sinal que estava fora de área.


Outras pessoas desaparecidas
No dia 10 de maio de 2010, a jovem Ana Karina Matos Guimarães, grávida, foi sequestrada, morta e até hoje seu corpo não apareceu. Três acusados no envolvimento da morte e sumiço do corpo da vítima se encontram presos em Belém, que são os indivíduos Alessandro Camilo de Lima, ex-namorado de Ana Karina; Francisco de Assis Dias, o “Magrão”; e Florentino de Sousa Rodrigues, o “Minego”. Graziela Barros Almeida, namorado de Alessandro, responde em liberdade.

Em 8 de janeiro deste ano, Josiane Alves da Silva, 28 anos, solteira, saiu de casa por volta das 16h50, no Residencial Amazonas, para pegar uma van e ir à igreja Testemunhas de Jeová, no Bairro da Paz, e nunca mais apareceu.

No dia 31 de janeiro, foram encontrados nas proximidades da igreja onde Josiane frequentava uma bolsa tiracolo e dois aparelhos de celulares pertencentes à moça.

No último dia 29 de janeiro, desapareceu de casa e nunca mais apareceu Reginaldo de Souza Miranda, 29 anos. E agora, dia 10 de fevereiro, some e é encontrava morta a adolescente Thaís Santos Feitosa, de 12 anos de idade. (Ronaldo Modesto e Waldyr Silva)

5 comentários:

Anônimo disse...

De boa, não é possível tanta falta de respeito com a família desta criança! Não seja igual aos outros, por favor!

Anônimo disse...

Infelizmente a população fica a deriva de maniacos que vivem soltos procurando suas vítimas. Onde está a segurança pública? Onde fica a dignidade da pessoa? O governo deve no mínimo garantir ao povo segurança... Delegados do ESTADO trabalhem e dee pelo menos uma satisfação de CONSOLO para A FAMÍLIA DE THAIS.

Anônimo disse...

essas pessoas que praticam essas brutalidades demoniacas por assim dizer, teram seus pagamentos na mao do supremo todo poderoso que esta no ceu, a hora de cada um vai chegar, e o sangue dos clamam por justiça, seram vingados

robertta franco disse...

quem tem coragen de fazer uma atrocidade dessa tem que morrer so assim vai parar quaneas deve ter matado imagina o disespero dessa mae

Anônimo disse...

Senhor tenha piedade ..que triste