terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sociedade quer saber destino de verba da Câmara Municipal

Fotos: Waldyr Silva
Eliésio Costa
Marcel Nogueira
Chico das Cortinas
José Rinaldo
Ainda repercute na cidade a notícia veiculada inicialmente pela IN-Revista e depois pelo jornal CORREIO DO TOCANTINS dando conta que a Câmara Municipal de Parauapebas tem este ano um orçamento na ordem de R$ 19 milhões e 529 servidores contratados sem concurso público, o que daria uma média de 48 funcionários para cada um dos onze vereadores.
O presidente do Poder Legislativo, vereador Euzébio Rodrigues (PT), confirma o orçamento de R$ 19 milhões, mas, segundo ele, R$ 3 milhões entraram como emenda para construção do prédio próprio da Câmara Municipal, restando, então, R$ 16 milhões, que ainda assim é um volume de recurso dos mais pomposos para a realidade regional.

Com relação ao quadro de 529 funcionários que a CMP possuiria hoje, o presidente do Legislativo desmente esta informação, mas não soube responder a quantidade exata de servidores públicos existente naquela Casa de Leis. Segundo ele, seriam menos de 300, e a justificava para darem expediente na Câmara é de que estariam cedidos para outros órgãos.

DEBATE
Logo que ganhou as ruas, o assunto virou tema de discussão em várias rodas, com populares tanto considerando o orçamento alto para o retorno que oferece, assim como estranhando o grande número de servidores contratados e recebendo pelo Legislativo. As informações sobre como funciona o orçamento da casa deixam muita gente de boca aberta.

“Considero um valor exorbitante repassado para a Câmara que agride o sistema de administração pública. Enquanto um pequeno grupo se beneficia vergonhosamente de muito dinheiro, grande parte da população não recebe obras de infraestrutura”, comenta o motorista Eliésio Costa da Silva.

Ex-prefeito de Parauapebas, Chico das Cortinas é outro que lança olhar crítico, mesmo já tendo estado no comando do Poder Executivo: “Com esta quantidade de dinheiro repassada pela prefeitura aos vereadores, fica provado que há superfaturamento do Poder Legislativo. Então, é preciso que haja uma redistribuição dessas verbas a instituições carentes do município”.

A questão do custo-benefício também é abordada na opinião do professor de caratê Josberto Girão: “Acho muito dinheiro administrado pela Câmara Municipal e pouco benefício revertido para o bem da população, que foi quem elegeu os vereadores. Afinal, onde está sendo aplicado este dinheiro? A sociedade espera por esta resposta”.

Empresário e ex-presidente da Associação Comercial, José Rinaldo Alves de Carvalho avalia que está mais atraente ser vereador que congressista. “Se assim proceder, é melhor ser vereador em Parauapebas que deputado federal em Brasília, para se reunir uma única vez por semana e administrar toda essa dinheirama repassada pela prefeitura municipal”.

A doméstica Maria Gorete da Silva não deixou de ironizar a situação: “Acho que os vereadores estão certos em gastar tanto dinheiro, porque enquanto existir gente besta pra votar neles eles vão estar com este poder, e não tem nenhuma autoridade superior que mexa com eles”.

O jornalista Marcel Nogueira, que há anos cobre o cotidiano do Legislativo e sabe bem como funcionam as coisas, diz que a CMP terá agora de mostrar mais transparência com os gastos para retomar a confiança da população. “Mesmo considerando que dos R$ 19 milhões destinados este ano para a Câmara R$ 3 milhões são para a construção da nova sede do Legislativo, ainda é questionável como e com que a mesa diretora vai gastar todo este dinheiro”.

Entre as 20 pessoas ouvidas pelo CORREIO DO TOCANTINS, nem todas tinham opinião formada sobre o assunto, mas as dúvidas ficaram no ar, deixando muita gente confusa, como a ambulante Valmira dos Santos Sousa, que questiona: “Diante da matéria, fico numa dúvida: o dinheiro que sobra dos gastos das despesas da Câmara é devolvido para a prefeitura ou é dividido entre os vereadores? Gostaria de ter essa resposta”.

O orçamento da Casa de Leis, teoricamente, é destinado a cobrir as despesas com custeio da Casa, pagamento de funcionários e vereadores, o chamado duodécimo. A prestação de contas é auditada e julgada pelo Tribunal de Contas dos Municípios.

Um comentário:

Blog do Valter disse...

Boa noite meu grande amigo e jornalista Waldir Silva!

Eu também quero saber para onde vai essa "grana" toda que esses PARASITAS DO PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL DE PARAUAPEBAS, abocanha todo o mês. Só no Brasil se vê essa pouca vergonha um simples vereador ganhar uma fortuna dessa para não fazer nada durante quatro anos, sendo um verdadeiro PESO MORTO para a nação. O Brasil é um dos poucos países do mundo que vereador é assalariado. Nos demais, vereador é simplesmente um cidadão comum, trabalhador, que após um dia de serviço, presta de forma voluntária seus serviços como VERDADEIROS REPRESENTANTES do povo de sua comunidade.
Está chegando mais uma eleição no próximo ano, a população e os eleitores devem ficar atentos para esses onze vereadores da Cãmara Municipal de Parauapebas que durante esses quase 3 anos, nadaram nas benéssies do Poder Legislativo sem fazer jús ao que ganham mensalmente expulsá-los definitivamente do cenário político do nosso município e escolher indivíduos sérios e comprometidos com os reais princípios de valores morais e bons costumes, que a muito tempo estão escassas em todas as instituições do nosso Brasil.

Abraços ao amigo.

Valter Desiderio Barreto.