quarta-feira, 15 de junho de 2011

O bom da culpa

Francesco Costa - Famosos por seu jeito áspero de resolver as coisas, de andar em bandos, de reservar-se em aldeias, ou talvez por seu jeito exótico de ser, e diferenciado de ver o mundo.

Talvez. Talvez seja isto que difere os indígenas dos outros povos.

E o que será que faz do branco, ou que pelo menos os leva a se acharem mais especiais que as demais raças? Seria por acaso por seu infinito poder de dominar os continentes já habitados, escravizando e oprimindo os nativos, chamando-os depois a negociar aquilo que de direito já era seu?

Mas talvez alguém explique a causa, ou o motivo de um fato que continuadamente acontece quando uma comunidade indígena reivindica algo ou um benefício.

Não é curioso que as entidades, os poderes públicos ou empresas que têm alguma responsabilidade só apareçam para negociar após um interminável show regado a muito urucum e de arara! Vai dizer que isto já não é notório também pra você?

Dizem que o bom da culpa é que esta pode ser transferida. E neste caso os culpados nunca aparecem. Apenas uns surgem meios tímidos, ou arrogantes, com ar de caridade ou de responsável pelo “problema”.

Este foi mais um lamentável episódio presenciado e documentado pela imprensa, que cá entre nós é uma forte madrinha que garante aos índios um pouco de segurança ao reivindicar a tapas, ou melhor, bordunas, ou arrancar de entre os dentes do tubarão as migalhas para subsistência.

Nenhum comentário: