terça-feira, 18 de maio de 2010

Sem-terra ocupam sede do Incra

Marabá - Cerca de dois mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam na manhã de segunda-feira (17) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Marabá.

Os manifestantes exigem que representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), assim como o presidente do Incra, Holf Hackbart, venham a Marabá para negociar a desapropriação e criação de assentamentos das fazendas ocupadas pelos sem-terra nos municípios de Eldorado do Carajás, Canaã dos Carajás, Tucuruí, Marabá, Sapucaia e Tucumã.

A ocupação mais antiga é na fazenda Peruano, onde o MST ocupou no dia 17 de abril de 2004. A situação desta propriedade, pertencente ao pecuarista Evandro Liege Chuquia Mutran, ainda está indefinida, embora as 1,3 mil famílias de sem-terra estejam nos respectivos lotes rurais.

O MST alega que houve grilagem na Peruano e em parte dos 10 mil hectares pertencem ao estado. Em outras fazendas, eles alegam que a terra teve a função desviada, entre elas as fazendas Cedro e Maria Bonita, onde os títulos de enfiteuse foram destinados à exploração de castanhais.

São essas e outras dúvidas que o MST pretende passar a limpo e cobrar de forma contundente que os representantes dos órgãos ligados à reforma agrária venham até Marabá para negociar a desapropriação das áreas.

“Enquanto não vierem negociar com os trabalhadores, o Incra continua ocupado”, prometeu um dos organizadores da ocupação, Gildoberg Costa, 24 anos, na esperança de que ainda esta semana deva ter resposta em relação aos pleitos dos trabalhadores.

Por conta da ocupação, os funcionários do Incra evacuaram a área. Os sem-terra montaram tendas e barracas em todo o interior do prédio. Até esta terça-feira não havia sinais de depredação ou vandalismo.

Em relação à superintendente do órgão, Rosinete Lima, o nome dela sequer foi tocado pelos manifestantes. “As negociações em âmbito local não prosperaram, por isso cobramos a vinda da alta cúpula do Incra para negociar conosco”, completa Gildoberg Costa.

A coordenação local do Incra estava em Brasília, o que inviabilizou o acesso à imprensa. (Edinaldo Sousa)

Fazendas ocupadas
Cedro (Acampamento Helenira Resende) – Marabá
Piratininga – Tucuruí
São Luís (Dina Teixeira) – Canaã dos Carajás
Peruano (Acampamento Lourival Santana) – Eldorado do Carajás
Maria Bonita (Acampamento Dalcídio Jurandir) – Eldorado do Carajás
Rio Vermelho (Acampamento João Canuto) – Sapucaia
Nega Madalena – Tucumã

Um comentário:

balanço geral canaã disse...

O senador Mário Couto (PSDB-PA) denunciou ontem (18) da tribuna do senado o que todos já sabiam no municpio; que o prefeito de Canaã dos Carajás, Anuar Alves, comprou com dinheiro público...

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