domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ibama revela esquema milionário de madeireiras fantasmas no Pará

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) começou a divulgar na última sexta-feira (19) o resultado da Operação Caça Fantasma, que rastreia a cadeia produtiva da madeira no Estado do Pará em busca de irregularidades. O órgão já detectou a existência de mais de 150 empresas fantasmas, que movimentaram mais de 200 mil metros cúbicos de madeira em créditos no sistema, um esquema de mais de 25 milhões de reais.

A operação Caça Fantasma é realizada pela Superintendência do Ibama no Pará e rastreia a cadeia produtiva florestal no estado por meio do Sisflora, sistema de gestão florestal adotado no Pará, e no Sistema DOF (Documento de Origem Florestal).

Por meio de vistorias in loco é constatada a existência ou não de empresas, e no caso de comprovação que a empresa não existe fisicamente (empresa fantasma), analistas ambientais do Ibama no Pará realizam o levantamento da cadeia de comercialização dos produtos florestais nos sistemas informatizados e bloqueiam o acesso da empresa ao sistema até comprovação de emissão de notas fiscais e guias florestais de maneira lícita.

Com a apresentação dos documentos pela empresa notificada, que na maioria das vezes comprova a fraude, pois grande parte das placas de veículos informados como responsáveis pelo transporte de produtos florestais, sendo na teoria caminhões e carretas, era na verdade motos, carros de passeio, veículos fora de circulação e até mesmo placas que não existiam.

As empresas são então autuadas e é solicitado o estorno das quantias de madeira, carvão ou lenha comercializadas, que é solicitado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), pois na verdade nunca existiu essa madeira, servindo os créditos apenas para acobertar a madeira extraída de maneira ilegal, ou seja, fora de planos de manejo e autorizações de desmatamento legalmente emitidas.

Resultados
De acordo com esse procedimento, foi solicitado à Sema/PA o estorno de mais de 173.000,00 m³ de madeira, seja serrada ou em toras, 42.000,00 MDCs (metros de carvão vegetal) e quase 11.000,00 estéreos de lenha, totalizando 226.400,00 m³, o equivalente a mais de 7.500 caminhões carregados de produtos florestais, isso tudo a um custo financeiro muito baixo e com grande efetividade na repressão ao crime ambiental. (Fonte: Ecoamazônia)

Nenhum comentário: