sábado, 8 de agosto de 2009

Comissão de Direitos Humanos quer debater Guerrilha do Araguaia com Curió

Brasília – A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados aprovou nesta semana requerimento do deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), foto, para a realização de uma audiência pública para discussão da abertura dos arquivos da ditadura militar e da Guerrilha do Araguaia, ocorrida entre 1972 e 1975.

O requerimento do petista propõe convidar o major reformado do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, para falar sobre seu arquivo pessoal relativo à guerrilha, que foi duramente reprimida pelas Forças Armadas.

Em junho último, Sebastião Curió mostrou documentos do período da repressão à guerrilha ao jornal O Estado de S.Paulo. Ele revelou que, dos 67 integrantes da guerrilha mortos durante o conflito com militares, 41 foram executados quando não ofereciam risco às tropas (estavam presos e desarmados).

Conforme a reportagem, até a abertura do arquivo de Curió eram conhecidos 25 casos de execução. O jornal revela mais 16, reunidos a partir do confronto do arquivo do major com livros e reportagens. A morte de prisioneiros representou 61% do total de baixas na coluna guerrilheira.

Segundo ainda o jornal, os papéis de Curió esclarecem passo a passo a terceira e decisiva campanha militar contra os comunistas do PCdoB – a Operação Marajoara, vencida pelas Forças Armadas, de outubro de 1973 a janeiro de 1975.

Domingos Dutra observou que os combates entre as tropas da ditadura militar e a Guerrilha do Araguaia deixaram cerca de 70 pessoas desaparecidas – guerrilheiros e moradores locais.

A partir de 1982, com o início do processo de redemocratização do país, familiares de ex-integrantes do movimento passaram a cobrar na Justiça a localização e recuperação dos restos mortais dos desaparecidos.

Na avaliação de Dutra, a divulgação de informações contidas no acervo pessoal do Major Curió trouxe o assunto de novo à tona. “A falta de arquivos e informações oficiais era apontada como a grande dificuldade para que corpos dos guerrilheiros fossem encontrados e mais detalhes fossem revelados”.

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