domingo, 24 de maio de 2009

‘Deus perdoa SEMPRE, o homem ÀS VEZES, a natureza NUNCA’

Por ainda vivermos em um sistema desigual, que divide as pessoas em classes, temos uma tendência de “naturalizar” essas diferenças impostas pelos sistemas econômicos, políticos e culturais, enxergando as pessoas não como seres humanos em primeiro lugar, mas como ricos ou pobres, mulheres ou homens e assim por diante.

Desde os primórdios, a humanidade insiste em reproduzir o retrógrado modelo de dominantes versus dominados, tantas vezes falido e tantas vezes reerguido. Um modelo que mede o valor das pessoas por seus bens materiais. Esse tipo de sistema trouxe consequências terríveis, como por exemplo, a fome e a violência.

Mas devemos também perceber que esse sistema começou a ser seriamente questionado, principalmente nas últimas décadas. Novas propostas de uma sociedade mais justa e equalitária começaram a surgir e a serem colocadas em prática, mas ainda caminhamos a passos lentos. Evoluímos aqui, mas retrocedemos ali.

Quando pensamos em tudo que nós, como seres humanos, fomos e somos capazes de fazer com nossos iguais, não fica difícil entender o que fomos e somos capazes de fazer com o nosso planeta. Como vamos enxergar a Terra como um ser vivo passível de cuidado e atenção se não temos essa percepção com nossos irmãos e irmãs?

As catástrofes naturais que vêm nos aterrorizando a cada dia trazem também uma mensagem sábia. Elas não escolhem as pessoas que serão afetadas por enchentes, tsunamis, secas, etc. Elas vêm nos mostrar que isso é um problema de todos e que temos de combatê-lo juntos. O CO2 emitido no Brasil pode se converter em uma alteração climática no Japão porque, diferente de nós, para a natureza não existem fronteiras.

Tentamos de todos os modos negar que somos “todos” peças fundamentais de um único organismo e que se uma falhar, outras serão comprometidas. Agora estamos tendo uma oportunidade ímpar de reconhecer e vivenciar nossa tão lógica e temida unidade. Se não entendermos esse momento, talvez esses possam ser os últimos avisos da mãe natureza.

Vale lembrar o tão sábio dito: “Deus perdoa SEMPRE, o homem ÀS VEZES, a natureza NUNCA”. (Fernanda Winter)

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