domingo, 7 de dezembro de 2008

O gordo e a magra

CRÔNICAS DO PC

Para escrever a crônica com o título acima, foi bom lembrar-me da famosa dupla de cômico do cinema e televisão que fez sucesso por 26 anos, de l926 a 1950. Trata-se do americano Oliver Hardy e do inglês Stan Laurel, os famosos “o Gordo e o Magro”. No meu tempo de criança e adolescente, diverti-me bastante assistindo aos seus filmes. Eram eles e os “Três patetas” que mais me faziam rir.

Passados tantos anos, por feliz coincidência, liguei os saudosos humoristas a um caso de hoje. Quando fui bater à porta da casa de uma dupla, ou melhor, de um casal, marido e mulher, que, depois de conhecê-los, enchi várias folhas de papéis anotando o que presenciei entre os dois.

Por uma questão de ética, e não expor gratuitamente nomes de pessoas em meus escritos, vou chamá-los de Golias, o homem, baixo, gorducho, pesando 141 quilos, ela, a mulher, de nome Olívia, bem alta, magra, 39 quilos, sendo conhecida como “Vara-pau”, ficando bastante originais os nomes, dado o físico de cada um. São os autênticos Gordo e a Magra dos nossos dias.

Quando estão juntos, em casa ou em qualquer lugar, é uma “gracinha” vê-los de mãos dadas, abraçados, pelas diferenças físicas que apresentam. Um monte de gordura pelo lado masculino, uma carga de osso pelo lado feminino.

As cenas hilárias entre eles começam pela manhã durante o café. Golias, que lembra o pantófago Pantagruel, personagem do escritor francês Rabelais do século XVII, come naturalmente 12 ovos cozidos acompanhados de dois pães bengala, um litro de leite, um bule de café, enquanto Olívia (Palito) se conforma apenas com uma torrada acompanhada de uma xícara de chocolate diet e adoçante artificial.

No almoço, a cena é mais dramática. Um alguidar de médio tamanho e profundidade é abarrotado de arroz, feijão, carne, macarrão e verduras e entregue à voracidade de Golias, que, sentado em dois tamboretes, devora tudo sem pestanejar. Toma um litro de suco ou refrigerante, sorri e permanece sentado, sem ação. Satisfeito, bate na barriga, abre os braços e solta sucessivos arrotos, caindo em sono profundo, sentadinho mesmo.

Olívia limpa a mesa, volta para a cozinha e serve-se de duas colheres de arroz, duas folhas de alface, menos de um tomate, pepino, beterraba, couve-flor, senta-se e come pacientemente. Na sobremesa, bota na boca uma uva, mastiga meio talhada de mamão ou melão, e fica nisso mesmo. Nem água bebe. Faz sesta ao lado do marido, de mãos dadas com ele, deitada numa cadeira preguiçosa, na maior felicidade do mundo, os dois ressonando bem alto, os roncos confundindo-se com de um motor a diesel ligado. Fica interessante de se vê.

De um lado, o volumoso corpo do gordo Golias, estirado, lembrando um botijão de gás; do outro, aquela coisinha minguada da esposa Olívia parecendo um palito gigante.

Curtiam os descansos merecedores, após o almoço, satisfeitos por saberem que o primogênito estava a caminho. Sim, Olívia estava gestante de três meses. O que encabulava as pessoas mais chegadas a eles, deixando pensativas, fazendo conjecturas. É como conseguiram, dado a diferença física e desproporcional entre eles. Deve ter sido em torno de muito sacrifício, penso eu. Vocês não acham?

Pedro Cláudio de Moura Reis (PC) / E-mail: pcmourareis@yahoo.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Como conseguiram? Se eu disser, creio q o senhor não saberá o significado. Uma pessoa com tantos conhecimentos como o caro amigo deveria saber o tal sentimento que pode TUDO.Mas, esqueci que até NÓS jornalistas não sabemos de tudo.E podemos até cometer erros com perguntas IDIOTAS como essa.Chegando até ridicularizar uma história de amor que poderia ser contada de outra forma.Com outras angulações.

Fernanda Fragoso - ferdinandainhazinha@hotmail.com(Uma quase jornalista,20 anos,magra 39quilos,1,60 cm, e muito amada por um homem com um pouco mais que o dobro do meu peso e MUITO FELIZ)